FREDERICO LISBOA

Frederico Lisboa - Stam 311J Nº 423

Criador de Psitacídeos

1. És sócio de quantos clubes?
Apenas do COBL.

2. E à quantos anos?
Sensivelmente 3 anos.

3. Como é que começou o teu gosto pela criação de psitacideos?
Foi há mais ou menos 4 anos, como estudava no Porto e vivia sozinho decidi ter um animal de estimação, pesquisei sobre o assunto e de todos os animais que pesquisei eram inconvenientes para conviver em apartamento, até que vi uma foto de papagaios. Foi quando decidi recorrer a um criador conhecido, onde este me cedeu um papagaio cinzento e a partir daí comecei a descobrir o quanto prazer e divertimento estas belíssimas aves nos dão! Depois dessa primeira experiência comecei a pesquisar e descobri que criados à mão ainda mais interessantes eram. Então decidi criar à mão o meu próprio papagaio, daí em diante não quero outra coisa. Comecei com um casal, depois dois, três ... e todas as espécies de casais que tenho são óptimas para que possamos criar à mão os seu filhotes!

4. Dentro da classe dos psitacídeos, estás mais virado para a criação de psitacideos de grande, médio ou pequeno porte?
Actualmente crio mais psitacídeos de pequeno e médio porte, mas sempre me fascinou mais os de grande porte!

5. Actualmente estás a criar com quantos casais?
Actualmente disponho cerca de 30 casais a criar (inclui psitacídeos de pequeno, médio e grande porte).

6. Quando precisas de adquirir algum exemplar para renovar o plantel, a quem é que recorres
(lojas ou criadores)?

Quando se trata de aves que são mais exigentes em termos financeiros e de reprodução, normalmente recorro a criadores amigos que conheço e tenho a maior confiança! Mas já aconteceu comprar aves em lojas onde tive bons sucessos de criação (lojas estas que também tenho alguma confiança, e que sei da proveniência das aves).

7. Já fizeste parte de alguma direcção?
Não.

8. Estás disposto a fazer parte de uma futura direcção? Porquê?
Talvez, quem sabe um dia. Gostava de poder contribuir para o melhoramento da mesma, organizando eventos de forma a divulgar mais este hobbie.

9. Tens participado nas últimas exposições do Clube? Quais os motivos?
Sim, apenas como patrocinador e também expus algumas das minhas aves criadas à mão para aumentar a diversidade e o número de espécies na exposição!

10. Participaste em mais alguma exposição?
Sim.

11. Os objectivos que traçaste no início da época foram alcançados?
Sim, aumentei o meu plantel com as aves que pretendi, bem como, a reprodução de algumas aves que tinha adquirido algum tempo, e tudo o resto como esperado (dentro da normalidade).

12. O clube tem uma página na Internet, és visitante assíduo, sim ou não, qual a tua opinião sobre a mesmo?
Sim, sempre que posso visito, acho que é um passo importante para o clube, dando a oportunidade de dar a conhecer ao cibernautas do nosso país algumas informações detalhadas do nosso clube, os nossos sócios, as novidades do clube, os eventos realizados e a ser realizados.

13. Costumas participar no fórum que o clube tem?
Sim, mas julgo que é necessário mais para que este se desenvolva!

14. Qual a tua opinião sobre a qualidade das últimas exposições do clube?
Tem melhorado de ano para ano, Parabéns! Mas acho que os criadores sócios do nosso clube deviam contribuir mais para a exposição, para mostrar às pessoas que as frequentam a diversidade das nossas aves, expondo-as e aumentando o interesse do público presente! Compreendo perfeitamente o porquê de não as expor, devido à mudança de ambiente, etc. mas pelo menos deveriam guardar algumas crias para essa altura no intuito de as colocar nesse curto período de tempo.

15. Como consideras o desempenho da actual direcção?
Tem contribuído muito para o crescimento do clube.

16. Quais os teus objectivos no mundo da ornitologia?
Julgo que os meus objectivos já foram alcançados dentro do que pretendia, mas quem sabe no futuro aumente mais o meu plantel quando tiver mais disponibilidade.

17. Dá-me a tua opinião, sobre os criadores que não costumam participar nas exposições?
Como referi anteriormente, compreendo perfeitamente o porquê da não participação, mas julgo que podiam fazer um pequeno esforço para ajudar o clube, porque todos nós gostamos de exposições, e estamos sempre à espera que se realizem. Se todos pensássemos igual não haveria criadores a participar. Acho que pelo menos uma ave seria o mínimo que podíamos fazer, se somos mais de 400 já teríamos pelo menos 400 aves!

18. Há bem pouco tempo o clube realizou o seu 3º colóquio sobre aves, participaste em algum destes colóquios? Sim ou não, e porquê?
Infelizmente não participei, pois calharam sempre em alturas em que estava ausente da cidade.

19. Visitas-te o campeonato nacional (Famalicão), qual a tua opinião sobre o mesmo?
Não.

20. És da opinião que o actual modelo das exposições se deve manter, ou que alguns clubes se devem juntar e fazer as exposições em conjunto, para poder melhorar a qualidade das exposições?
Na minha opinião acho que se deveria manter o actual modelo, para que sejamos nós a organizar ao nosso gosto, mas também sou da opinião que numa outra altura se faça uma exposição que abranja um pouco a zona norte, centro e sul, para dar a conhecer os criadores das diversas regiões do pais, bem como, a troca de informação de ambos que acho muito importante para o desenvolvimento na criação das nossas aves.

21. Achas que o Clube tem estruturas para organizar um campeonato nacional?
Sim, sem dúvida. Temos uma cidade que tem um grande potencial no sector industrial que nos dariam apoios, temos muito bons criadores com algum interesse em ajudar, boas infra-estruturas, bons acessos rodoviários, e estamos excelentemente bem posicionados geograficamente (centro). Se tencionarem fazê-lo, terão o meu apoio.

22. Na tua opinião é benéfico ou prejudicial, a existência de muitos clubes, geograficamente perto uns dos outros?
Não vejo qualquer problema nisso.


Algumas perguntas sobre a criação das tuas aves

1. Costumas ter as tuas aves todo o ano juntas, ou só os juntas quando é para acasalar?
Costumo ter todo o ano juntas.

2. O método de acasalamento que utilizas é, casal a casal, ou vários casais na mesma divisão?
Depende de espécie para espécie, existem espécies que são mais exigentes e para que tenha sucesso na sua reprodução terão que estar separadas, outras que podem estar em colónia, por isso, tenho algumas em colónia outras em separado.

3. Quais os métodos que utilizas para seleccionar os teus reprodutores?
Dependendo do número de ovos que coloca e postura que faz, e se depois cria bem os seus filhotes.

4. Dás-lhe algum tratamento especial antes de os acasalar?
Sim, desparasito-os e faço um tratamento regular vitamínico.

5. Quantas posturas costumas deixar fazer?
Depende da espécie, mas nunca deixo fazer mais que quatro ao ano.

6. Utilizas mais horas de luz, algum aquecimento, ou crias ao natural?
Crio todas as minhas aves ao natural, apenas as abrigo com alguns cuidados (revestimentos em acrílico e painel sandwiche) que na estação fria aquece o ambiente e protegem na estação quente do calor.

7. Das espécies de psitacideos que tu tens, todos eles já reproduziram?
Sim, menos os casais que adquiri recentemente.

8. Sei que costumas criar aves à mão, quais as espécies que tu normalmente escolhes para alimentar à mão?
Como sabes, esse é o meu principal e grande entusiasmo, isto é, criar aves à mão. As espécies que mais crio, e que já foram algumas, são os Papagaios Cinzentos, Araras, Agapornis, Eclectus, Ringencks, Aratingas Sol e Pionites. E as que mais aprecio é sem dúvida os Pionites (Marianinhas) possuem uma agilidade fantástica e são muito inteligentes e activos, pena é não falarem muito. Tenho também um gosto especial pelos Papagaios Cinzentos que ficam espectaculares, muito dóceis, muito faladores e brincalhões com uma inteligência inigualável a qualquer psitacídeo.

9. Quantas vezes por dia é necessário alimentar essas aves, e que tipo de alimentação utilizas?
O número de vezes varia consoante a idade da ave, se forem muito novas (dias) inicialmente são 7 vezes ao dia até que chega a uma altura em que a ave começa na fase do desmame e apenas necessita de ser alimentada uma vez ao dia (noite).

10. Com quanto tempo de idade retiras essas aves dos progenitores?
Costumo tirar entre o 5º e o 9º dia, quando ainda têm os olhos fechados, pois acho que tem grande influência no comportamento das aves quando são mais crescidas, porque ficam muito mais dóceis e afectuosas para connosco. É evidente que exige muito mais trabalho e sacrifício e o risco de morte é muito grande, mas se forem reunidas todas as condições requeridas, julgo não haver qualquer problema, e no final é muito gratificante.

11. Que tipo de alimentação utilizas nas várias etapas da época (criação, muda e repouso)?
Costumo variar consoante a altura do ano, na altura de reprodução (estação fria) aumento a quantidade de girassol devido às suas propriedades (rico em gordura, mas que em excesso não é nada saudável) fortalece as aves e torna-as mais resistentes ao frio. Aplico, também, com mais abundância fruta e legumes, papa de ovo (papa de criação) e algum complexo vitamínico. Na altura da muda reduzo o girassol e concedo-lhes um complexo vitamínico adequado para essa altura. No repouso tento fazer uma dieta alimentar adequada com fruta e legumes, pouca semente de girassol e alguma papa de ovo. Alimento algumas das minhas aves com ração comercial, pelo que já não é necessário alguns métodos referidos anteriormente.

12. Em termos de água esta é fornecida como?
A água que forneço às minhas aves é distribuída de uma forma automatizada, tenho um sistema de relógio em que todas as manhãs e ao anoitecer faz uma descarga de água que é disposta por todos os bebedouros, limpando-os, e ao mesmo tempo renovando a água. Também limpa o chão dos viveiros, mantendo sempre a higiene necessária.

13. Dás algum tratamento especial às aves que participam nas exposições?
Nunca participei com as minhas aves em exposições, apenas as expus ao público. Se participasse o tratamento iria ser igual aos outros psitacídeos, orgulho-me de todas as minhas aves serem bonitas e de estarem de perfeita saúde. Não faço qualquer diferenciação das minhas aves.

14. Tens facilidade de vender as tuas aves, ou nem por isso?
Sim, vender nunca foi problema, mas também só vendo a pessoas amigas e que sei que vão dar as condições necessárias. Por vezes prefiro não vender do que saber que tive tanto trabalho para as pessoas no final não darem o devido valor e as devidas condições.

 

Entrevistador – Tóni Duarte

Desde já, agradeço a tua disponibilidade em nos teres concedido esta entrevista, desejo-te as maiores felicidades para a tua criação. Espero que apareças em grande na Expo-Ave Águeda 2008, são os votos sinceros deste teu amigo, Tóni

Entrevistado – Frederico Lisboa